miércoles, marzo 05, 2008

Venezuela nega

03/03/2008 - 20h01
Documentos mostram que Chávez deu US$ 300 milhões às Farc, diz Colômbia
das agências internacionais


O comandante da polícia da Colômbia disse nesta segunda-feira (3) que documentos encontrados no acampamento no Equador onde um líder das Farc foi morto em ataque mostram evidências de que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deu US$ 300 milhões aos guerrilheiros.

O general Oscar Naranjo afirmou que computadores e documentos achados no acampamento do líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes, mostram ligações entre os rebeldes e os governos de Venezuela e Equador.

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"Há um pagamento administrado pelas Farc do governo do presidente Chávez, de US$ 300 milhões, para apoiar a causa terrorista", declarou Naranjo em entrevista coletiva.

"Há cartas de Marulanda (Manuel, chefe das Farc) a Chávez nas quais ele diz que estão pendentes de qualquer informação estrangeira e promete colaboração em qualquer sistema para preservar a revolução bolivariana".

Também "se fala de uma exportação de drogas ao México" e, segundo Naranjo, há um documento no qual se cita "Ivan Márquez", outro chefe guerrilheiro das Farc, que "fala de US$ 300 milhões com os quais o governo venezuelano ajudaria às Farc".

Segundo Naranjo, no computador "diz 'Ivan Márquez' que a isto (US$ 300 milhões) continuaremos chamando de dossiê, 300 dossiês" e acrescenta que "o grande chefe" é Chávez, a quem chamam de "el ángel", e se referem a "outro personagem a ser descoberto apelidado de 'el cojo'".

Na mesma informação, de acordo com o chefe da Polícia colombiana, "se fala de US$ 100 milhões que as Farc forneceram para a libertação de Chávez" na tentativa do golpe que o depôs 47 horas entre 11 e 12 de abril de 2002.

Além disso, Chávez presentearia com "cem caucheras viejitas", que segundo Naranjo, podem ser fuzis dos quais se desfez há pouco o governante venezuelano após as compras de AK-47 para o Exército do país.

O general também mencionou outro documento no qual Chávez, aparentemente, se comprometeu a entregar fuzis usados a esse grupo rebelde.

Ele acrescentou que, "evidentemente há menção à Nicarágua, ao presidente Ortega (Daniel) e por enquanto só menções". Mas "agiremos com toda responsabilidade" para apresentar os conteúdos, afirmou.

Naranjo disse ainda que os documentos confiscados de Reyes desmascaram as relações e o envolvimento das Farc com uma série de governos e personagens "confabulados" contra a Colômbia, que provam que o país é vítima do terrorismo.

Entre os documentos confiscados aparecem fotografias e material que detalha o envio de carregamentos de cocaína para o México e a compra de material bélico, afirmou o chefe da polícia.

Segundo Naranjo, uma carta encontrada mostra uma aliança, relativa a armas, das Farc com o governo de Chávez, no caso de uma eventual agressão dos Estados Unidos, e outra que trata de encontros com o ministro do Interior venezuelano, Ramón Rodríguez Chacín.

O governo colombiano vai pedir à OEA (Organização dos Estados Americanos) que investigue essas suspeitas.

Venezuela nega

Mas a Venezuela refutou as acusações da Colômbia e afirmou que o governo colombiano busca desviar a atenção depois de ter violado a soberania do Equador --país que é um dos aliados mais próximos de Chávez, que se comprometeu a apoiá-lo contra a agressão de Bogotá.

"Nós já estamos acostumados às mentiras do governo colombiano, então, para mim qualquer coisa que digam não tem importância. Agora mesmo podem inventar qualquer coisa para desviar dessa violação do território equatoriano", disse o vice-presidente da Venezuela, Ramón Carrizalez.

Naranjo também sustentou que, em outro documento, as Farc falam da compra e da venda de 50 quilos de urânio, o que significa, segundo ele, que a guerrilha quer converter-se em um grande agressor internacional.

"Estamos diante de um caso de gravidade máxima, que implica a mobilização e a constituição de uma equipe especializada na investigação desse tipo de substância porque não temos idéia clara sobre se ela foi realmente introduzida no país, se saiu do país para o exterior. Há muitas dúvidas", afirmou o chefe da polícia.

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