O senhor Skype
O chefão do mais bem-sucedido serviço de telefonia pela internet diz que o novo alvo do tsunami digital é a televisão
Tania Menai
Brasil
O sueco Niklas Zennström, 40 anos, casado, engenheiro com especialização em administração de empresas, não tem telefone em casa. Nem precisa. Ele é o co-fundador e CEO da Skype, empresa que permite fazer ligações e videoconferências gratuitamente entre computadores de qualquer parte do mundo – desde que se tenha conexão de banda larga para acesso à internet. Criados em 2003, os serviços da Skype estão disponíveis em 28 idiomas para um crescente número de 171 milhões de usuários globais.
A Skype responde por quase 5% das ligações no mundo, mas cresce mais do que qualquer outra empresa de telecomunicações. Só nos últimos três meses do ano passado, o Skype alistou 35 milhões de adeptos. Em outubro de 2005 a empresa foi comprada pelo eBay, o líder americano de leilões on-line, que pagou 2,6 bilhões de dólares. Zennström continuou no posto de CEO. Está em testes agora a nova investida de Zennström e sua turma: o Joost, serviço de transmissão de programas de televisão pela internet. Ele conversou com VEJA em uma videoconferência de seu escritório de Londres.
Veja – Se o senhor e eu estamos falando de graça neste momento, como o Skype ganha dinheiro?
Zennström – Usar o Skype é de graça quando em ligações como a que estamos tendo agora, de computador para computador. Mais de 171 milhões de pessoas em todo o mundo já têm como hábito conversar gratuitamente usando seus computadores ligados em nossos serviços. Isso é o básico. Um bom número de pessoas opta por serviços como SkypeOut – que permite fazer ligações de computadores para telefones tradicionais. Muitos usam também o SkypeIn, que oferece a operação inversa. Ou seja, oferecemos um número de telefone fixo ao usuário e quando alguém liga para esse número a pessoa atende no computador em casa ou no laptop que estiver usando. É aí que ganhamos dinheiro.
Veja – No Brasil, os custos de telefonia celular e fixa ainda são altos se comparados aos dos Estados Unidos. Além disso, o Brasil tem quase 6 milhões de conexões em banda larga. Esse é um cenário atraente para serviços como o Skype, não?
Zennström – O Brasil é um dos nossos cinco maiores mercados em número de usuários. Uma das razões é mesmo o alto custo da telefonia no país. Nos Estados Unidos ou em alguns países europeus, onde é bem mais barato fazer ligações, há também um grande número de pessoas conectadas à internet em banda larga, mas os custos atuais certamente fazem do Brasil um mercado ideal. Os brasileiros que dispõem de banda larga podem telefonar a custo quase zero. Em meados de março iniciaremos no Brasil os serviços de SkypeIn e SkypeOut, que poderão ser comprados com cartões de crédito locais. Até então, os brasileiros tinham dificuldade de usar esses serviços, que só aceitavam cartões internacionais.
Veja – O Skype representa uma ameaça séria à sobrevivência das empresas de telefonia?
Zennström – Sem dúvida, somos um obstáculo ao aumento do faturamento das empresas de telecomunicações, em especial no campo da telefonia. Por outro lado, nosso sucesso as ajuda a vender mais conexões com a internet. Então elas perdem de um lado e ganham de outro.
Veja – Em janeiro passado o senhor esteve no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O que se falou sobre telecomunicações lá?
Zennström – Estive com vários presidentes de empresas como a Cisco (que domina o mercado de infra-estrutura de transmissão pela internet) e a Motorola (fabricante de equipamentos de conexão e telefonia). Os líderes da indústria de qualquer setor não perdem de vista as mudanças trazidas pela comunicação de voz via internet. Um ponto pacífico entre os participantes é que em breve não apenas a voz mas as teleconferências, os vídeos domésticos e comerciais, os programas de televisão e os filmes de Hollywood chegarão à casa das pessoas também pela internet.
Veja – O impacto no mundo dos negócios foi o esperado pelo senhor?
Zennström – Sabemos que 30% dos nossos usuários são pequenas empresas. Empresas internacionais do ramo de importação e exportação são as que mais vantagens podem tirar desses serviços. Um famoso escritório de arquitetura aqui em Londres passou a usar o Skype e fez enorme publicidade da economia obtida com telefonia. A vantagem não é apenas econômica, porém, pois o Skype permite que várias pessoas conversem simultaneamente se vendo com o uso de câmeras de vídeo, as webcams.
Veja – Um novo serviço ainda experimental, o Joost, se propõe a oferecer programas de televisão pela internet e ainda permitir que as pessoas possam trocar impressões sobre o que estão vendo. O senhor aposta que em breve o Joost será tão familiar quanto são hoje Google, Skype, Wikipedia e YouTube?
Zennström – O Joost tem potencial para mudar a maneira como assistimos televisão. Ele une o melhor da televisão com o melhor da internet. Em outras palavras, a televisão sabe como produzir conteúdo, e a internet é a melhor maneira de distribuí-lo. A televisão continua produzindo novos e sensacionais programas, mas não renova em nada sua forma de distribuição. O Joost permite aos telespectadores assistir a seus programas prediletos na hora em que desejarem. O fato de estarem conectados com outras pessoas que assistem aos mesmos programas também tem seu potencial de atração. A proposta é diferente da do YouTube, com seus clipes profissionais e amadores. O Joost oferece programas completos, de longa duração, produzidos pelas emissoras de televisão com as quais temos acordos.
Veja– Na opinião do senhor, o que mais está mudando na televisão?
Zennström – Vai ter formidável impacto a proliferação de câmeras digitais de alta qualidade e custo razoável, em torno de 1.000 euros, nas mãos de milhares de pessoas. Qualquer um hoje pode, teoricamente, produzir conteúdo de qualidade ou que chame atenção. Do outro lado da linha as modificações também são previsíveis. Qualquer tela de computador novo atualmente tem resolução suficiente para reproduzir imagens de televisão. Está superada a idéia de que é preciso um televisor para ver televisão.
Veja – Os dormitórios das universidades americanas são a ponta de lança dessas tendências. As pesquisas mostram que o número de computadores já supera o de televisores...
Zennström – Certamente as programações de televisão serão cada vez mais vistas em computadores, assim como já estamos usando o computador como telefone. Quem não tem muito dinheiro pode gastá-lo bem em um laptop de qualidade. De algum modo ele substitui o estéreo, a televisão e o telefone. Desde, é claro, que se tenha uma conexão com a internet de banda larga.
Veja – Muita gente começa a ver mais desvantagens do que vantagens nessa concentração de funções em um aparelho só, não?
Zennström – Há várias armadilhas. As mais comuns são essas convergências, em que você tem tudo em um só aparelho. O clássico exemplo é o minúsculo telefone com câmera digital em que você pode também escutar música. Por outro lado você tem peças limpas como o iPod, aparelho feito apenas para escutar música ou assistir a vídeos. Acho que a maioria dos aparelhos que se propuseram a oferecer inúmeras funções em uma mesma peça acabou comprometendo a qualidade de cada uma delas. Acho melhor ter um aparelho para cada função.
Veja – Quem usa o Skype a partir de um browser de telefone celular com capacidade de entrar na internet está telefonando ou "skypeando"?
Zennström – Essa situação a que você se refere já é possível. Ela mostra que o telefone pode perder sua razão de existir em breve. Já lançamos na Europa parcerias com companhias de telefonia móvel em que oferecemos Skype instalados em aparelhos celulares. Muitas pessoas já usam os "skypephones", que lhes permitem fazer ligações em qualquer ambiente onde funcionar uma rede sem fio pública ou privada. A meu ver, cada vez mais as pessoas usarão o Skype em "skypephones" e celulares e menos nos computadores.
Veja – Os europeus sempre foram retardatários na corrida pela inovação criada pela internet. Isso está mudando?
Zennström – Empresas e empreendedores estão cada vez menos preocupados com nacionalidades e mais focados em fazer negócios em países interessantes. A Europa está muito voltada para a inovação e há cada vez mais coisas brotando de cabeças européias. Os americanos, no entanto, têm uma vantagem óbvia: eles são "o" mercado consumidor de produtos e também os mais ávidos compradores de empresas. Hoje procuro enxergar o mundo como um mercado – é vital estar de olhos abertos para aqueles que crescem com rapidez. O Brasil é um desses mercados. Temos de observar países como a Índia e a China, e não apenas ter olhos para a Europa e os Estados Unidos.
Veja – Poucas empresas ocidentais conseguem fazer sucesso inequívoco na Ásia. Qual a estratégia da Skype?
Zennström – Uma das chaves para atuar naquela região é perceber cada país separadamente. O Japão é diferente da China, que é diferente da Coréia do Sul. É muito importante ter parceiros locais que entendam bem a realidade de cada um dos mercados.
Veja – Como é fazer negócio na China, onde o governo ainda tenta banir o acesso a sites da internet e controlar a imprensa?
Zennström – Nossa missão é permitir conversas que nunca aconteceriam em outras circunstâncias. Mas nós, como empresa, não olhamos para a China de forma diferente – atuamos lá como em qualquer outro país. E temos tido bastante sucesso, sem nenhum problema com o governo local.
Veja – Como o sucesso do Skype afetou a vida das companhias telefônicas tradicionais?
Zennström – Muitas dessas companhias passaram a oferecer pacotes muito mais interessantes aos consumidores, aumentando seu leque de escolhas. No fim das contas, é o consumidor que se beneficia com um mercado mais rico e competitivo.
Veja – Todo dia há um visionário e até dono de jornal – como foi o caso de Arthur Ochs Sulzberger Jr., do The New York Times – prevendo o fim da imprensa em papel. Qual a opinião do senhor sobre isso?
Zennström – Recebo informações vindas de uma variedade de fontes, incluindo jornais, comunidades de blogueiros, sites de notícias, revistas... Isso é vital se quero ter uma perspectiva ampla do que está se passando no mercado e no mundo. Preciso ter uma visão abrangente do que os consumidores estão pensando, falando, fazendo... Quanto mais escolhas eu tiver, melhor... É assim que vejo.
Veja – A Skype conta com 150 programadores, e a maior parte deles tem menos de 28 anos. Será que o sucesso no mundo digital é privativo dos jovens?
Zennström – A juventude tem um entusiasmo especial, sim. Mas a maior vantagem é deixar as pessoas fazer o que gostam. Quem trabalha na Skype usa o serviço e gosta. Usamos nosso próprio produto para trabalhar. Esses jovens se orgulham de criar um produto que atinge a vida de milhões de pessoas – e sentem-se gratificados com isso. Reter o capital humano dessa maneira, focar na realização do trabalho e dar liberdade funciona para nós melhor do que as hierarquias tradicionais.
Veja – O que significou para o senhor fundar uma empresa cujo nome já virou verbo – pelo menos em inglês –, "to skype", ou "skypear", em português?
Zennström – Há um ano o verbo entrou também para um dicionário na Áustria. Isso é algo para dar orgulho. É fantástico. Primeiro criamos o nome "skyper", com "r" – mas tiramos o "r" porque sem ele a palavra ficaria mais limpa, mais sonora. O nome não significa nada em nenhum idioma. É apenas um nome pequeno e funciona bem em várias línguas.
Veja – Os Jetsons era um desenho animado que se passava no futuro. Nele uma família espacial comunicava-se via videoconferência. Veio daí sua inspiração?
Zennström – Eu não via muito televisão quando pequeno. Eu preferia ouvir os Rolling Stones, os Ramones e Mozart. A música tem sido uma grande fonte de inspiração para mim.
Veja – Quantas linhas de telefone fixo o senhor tem em casa?
Zennström – Nenhuma. Uso Skype no computador e nos telefones celulares. E é só.
Veja – Uma última curiosidade: por que os usuários do Skype não podem ligar para números de emergência?
Zennström – Por uma série de razões, mas a principal delas é que no Skype o usuário é identificado apenas pelo nome, e não pelo endereço onde se encontra. Isso não serviria para os bombeiros ou a polícia, que têm de saber imediatamente onde você está.
sábado, marzo 03, 2007
Mr Bush goes south
Mr Bush goes south
Por Rubens Vaz da Costa
IF YOU are George Bush, the prospect of spending a week in Latin America must be appealing just at the moment. How better to escape an unappreciative Congress and ungrateful Middle East? And if during the Latin American tour he starts on March 8th Mr Bush bumps into the odd demonstration, so what? That can happen anywhere nowadays.
Mr Bush cannot be completely relaxed in Latin America. The United States is locked in a regional battle for influence with Venezuela's oil-intoxicated autocrat, Hugo Chávez. Yet the worst thing for Mr Bush to do if he wants to win that battle is to talk too much about Venezuela on this trip: that would only puff Mr Chávez up further, and attract the usual Latin grumbles about yanqui bullying. So it is excellent that Mr Bush intends to spend most of his time in the region's three most populous countries, Brazil, Mexico and Colombia.
Mr Bush has serious business to do at each stop (see article). Brazil is one of many countries in Latin America that could supply the world with cheap ethanol if only the United States scrapped the tariffs and subsidies that protect its own less efficient maize and sugar farmers. Colombia needs continued American help against the cocaine gangs and the violence they spawn. In Mexico Mr Bush will have to talk about immigration. Tighter security has made it much harder for Mexican workers to cross illegally into the United States, but their labour is still needed and Mexico is still waiting for America to come up with a way to let more enter legally.
If he offered more help on these fronts, Mr Bush could give Latin Americans the sense of partnership with the United States that is missing at present. But to do so he will have to take some work home. For on immigration and trade it is now Congress rather than the White House that holds the key to progress. And although immigration reform still looks possible, the trade outlook is bleaker. The Democrats who control Congress may in the coming months approve free-trade deals with Peru and Panama, but look set to block one with Colombia because they are angry about revelations linking Álvaro Uribe's government to right-wing paramilitary groups. Mr Bush needs to persuade Congress that that would be a mistake. The revelations have come to the surface because of the growing vigour of democracy in the less violent Colombia Mr Uribe has delivered. He deserves continued support.
Respect sovereignty, but speak up for democracy too
As for Venezuela, Mr Chávez is no friend of the United States (he calls it simply "the empire") and seems to enjoy the company of other anti-American demagogues, from Iran's President Mahmoud Ahmadinejad to London's publicity-hungry mayor, Ken Livingstone. But if he poses a danger, it is to the rest of Latin America, where his simplistic ideas are sometimes popular, rather than to the United States, which even after the mid-term elections does not seem to be lusting for a "Bolivarian revolution". By the same token, it is the other governments of Latin America, rather than the United States, that are best placed to counter his influence.
They have no right to interfere with his programme of nationalisation, however wrongheaded it may be, or the rest of his economic policy: those things are the sovereign business of Venezuela. And it is a mere three months since Venezuelans gave Mr Chávez a strong mandate in a pretty fair election. Yet his neighbours should not allow the money and cheap oil Mr Chávez splashes around their region to stop them from speaking out when he appears to be hollowing out democracy in a part of the world where it is still fragile. Mr Chávez is promising to silence the main opposition television station. He has given himself powers to rule by decree for the next 18 months and proposes to scrap the term limits in the constitution so that he could stand for re-election indefinitely.
Brazil's Lula says that he quietly urges moderation on his Venezuelan counterpart, but there is no evidence that this is changing Mr Chávez's direction of travel. If he continues on the same path, Latin America's democrats will soon have to consider whether he belongs in their clubs. Mr Bush should meanwhile concentrate less on what he would like the rest of Latin America to do to Mr Chávez and more on what the United States can do for the rest of Latin America.
Stop helping Fidel
One of the biggest gestures Mr Bush could make would be to support moves to scrap the United States' unfair and counter-productive trade embargo against Cuba, a country that no longer poses any threat to the United States and whose people are now daring to contemplate what a post-Castro future might look like. Slamming the door on closer economic co-operation in the Americas, whether inspired by protectionism or ideology, is a gift to Mr Chávez and his supporters in other countries. If the United States wants a hemisphere led by pro-market democrats, it should give the region's people every help they need to work and trade their way to prosperity .
Hedonismo:exaltação do desfrute
Hedonismo (Dicionário Houaiss): "doutrina filosófica que encara o prazer e a felicidade como bem supremo. Dedicação ao prazer como estilo de vida."
Eu li em um dos livros do Ruy Castro que, ainda mais legal do que unir o útil ao agradável, é unir o agradável ao agradável. A exaltação do desfrute.
Há tempos venho ruminando sobre isso.
Conheço muitas pessoas que vão ao cinema, a boates e restaurantes e parecem eternamente insatisfeitas. Até que li uma matéria com a escritora Chantal Thomas na revista República e ela elucidou minhas indagações internas com a seguinte frase: "Na sociedade moderna há muito lazer e pouco prazer".
Lazer e prazer são palavras que rimam e se assemelham no significado, mas não se substituem. É muito mais fácil conquistar o lazer do que o prazer.
Lazer é assistir a um show, cuidar de um jardim, ouvir um disco, namorar, bater papo. Lazer é tudo o que não é dever. É uma desopilação.
Automaticamente, associamos isso com o prazer: se não estamos trabalhando, estamos nos divertindo. Simplista demais.
Em primeiro lugar, podemos ter muito prazer trabalhando, é só redefinir o que é prazer. O prazer não está em dedicar um tempo programado para o ócio. O prazer é residente. Está dentro de nós, na maneira como a gente se relaciona com o mundo.
Chantal Thomas aborda a idéia de que o turismo, hoje, tem sido mais uma imposição cultural do que um prazer. As pessoas aglomeram-se em filas de museus e fazem reservas com meses de antecedência para ir comer no lugar da moda, pouco desfrutando disso tudo.
Como ela diz, temos solicitações culturais em demasia. É quase uma obrigação você consumir o que está em evidência. E se é uma obrigação, ainda que ligeiramente inconsciente, não é um prazer.
Complemento dizendo que as pessoas estão fazendo turismo inclusive pelos sentimentos, passando rápido demais pelas experiências amorosas, entre elas o casamento. Queremos provar um pouquinho de tudo, queremos ser felizes mediante
uma novidade.
O ritmo é determinado pelas tendências de comportamento, que exigem uma apreensão veloz do universo. Calma. O prazer é mais baiano. O prazer não está em ler uma revista, mas na sensação de estar aprendendo algo. Não está em ver o filme que ganhou o Oscar, mas na emoção que ele pode lhe trazer. Não está em faturar uma garota, mas no encontro das almas.
Está em tudo o que fazemos sem estar atendendo a pedidos. Está no silêncio, no espírito, está menos na mão única e mais na contramão. O prazer está em sentir. Uma obviedade que merece ser resgatada antes que a gente comece a unir o útil com o útil, deixando o agradável pra lá.
Rita Amaral - anthropologist, PhD - Brazil
Agua Forte :AGUAFORTE
Revista OS URBANITAS:OS-URBANITAS
Núcleo de Antropologia Urbana da USP :NAU
Do Afro ao Brasileiro:AFRO-BRASILEIRO
Eu li em um dos livros do Ruy Castro que, ainda mais legal do que unir o útil ao agradável, é unir o agradável ao agradável. A exaltação do desfrute.
Há tempos venho ruminando sobre isso.
Conheço muitas pessoas que vão ao cinema, a boates e restaurantes e parecem eternamente insatisfeitas. Até que li uma matéria com a escritora Chantal Thomas na revista República e ela elucidou minhas indagações internas com a seguinte frase: "Na sociedade moderna há muito lazer e pouco prazer".
Lazer e prazer são palavras que rimam e se assemelham no significado, mas não se substituem. É muito mais fácil conquistar o lazer do que o prazer.
Lazer é assistir a um show, cuidar de um jardim, ouvir um disco, namorar, bater papo. Lazer é tudo o que não é dever. É uma desopilação.
Automaticamente, associamos isso com o prazer: se não estamos trabalhando, estamos nos divertindo. Simplista demais.
Em primeiro lugar, podemos ter muito prazer trabalhando, é só redefinir o que é prazer. O prazer não está em dedicar um tempo programado para o ócio. O prazer é residente. Está dentro de nós, na maneira como a gente se relaciona com o mundo.
Chantal Thomas aborda a idéia de que o turismo, hoje, tem sido mais uma imposição cultural do que um prazer. As pessoas aglomeram-se em filas de museus e fazem reservas com meses de antecedência para ir comer no lugar da moda, pouco desfrutando disso tudo.
Como ela diz, temos solicitações culturais em demasia. É quase uma obrigação você consumir o que está em evidência. E se é uma obrigação, ainda que ligeiramente inconsciente, não é um prazer.
Complemento dizendo que as pessoas estão fazendo turismo inclusive pelos sentimentos, passando rápido demais pelas experiências amorosas, entre elas o casamento. Queremos provar um pouquinho de tudo, queremos ser felizes mediante
uma novidade.
O ritmo é determinado pelas tendências de comportamento, que exigem uma apreensão veloz do universo. Calma. O prazer é mais baiano. O prazer não está em ler uma revista, mas na sensação de estar aprendendo algo. Não está em ver o filme que ganhou o Oscar, mas na emoção que ele pode lhe trazer. Não está em faturar uma garota, mas no encontro das almas.
Está em tudo o que fazemos sem estar atendendo a pedidos. Está no silêncio, no espírito, está menos na mão única e mais na contramão. O prazer está em sentir. Uma obviedade que merece ser resgatada antes que a gente comece a unir o útil com o útil, deixando o agradável pra lá.
Rita Amaral - anthropologist, PhD - Brazil
Agua Forte :
Revista OS URBANITAS:
Núcleo de Antropologia Urbana da USP :
Do Afro ao Brasileiro:
miércoles, febrero 28, 2007
Como hacer una Tesis de Grado ?
La respuesta a la pregunta de arriba aparece en el Portal de Intercontacto de la Universidad Simón Bolívar ubiacada en la ciudad de Caracas-Venezuela. Es un portal en español y muy útil para los estudiantes que tienen que preparar su trabajo de grado, bien sea de pre-grado, de maestría o de doctorado.
También el libro de Sabino:
HACER CLICK AQUI
También el libro de Sabino:
El diario GNN y TV
En este diario en Inglés ud. puede leer noticias políticas, ver videos y los mejores links. Además un lugar dedicado a combatir la guerra en Iraq aparece en seguida;
IMPEACH-For-PEACE
Jodin Morey de Impeach for Peace tiene una secuencia de la guerra de irag en 4 partes:
PARTE 1
PARTE 2
PARTE 3
PARTE 4
Jodin Morey de Impeach for Peace tiene una secuencia de la guerra de irag en 4 partes:
domingo, febrero 25, 2007
La musica italiana de siempre...
Quieres oir buena música italiana ? Pues entonces haz click arriba y selecciona el tema musical de siempre...
La Vida Secreta de Fidel Castro
Vea el YOUTUBE o sea el video sobre este tema.
Por que decimos lo que decimos ?
Al hacer click arriba van a leer los interesantes análisis de Arturo Ortega Morán. Por ejemplo, por qué decimos que "nos metimos en camisa de once varas", o por qué decimos eso es una "verdad de perogrullo", o la expresión mexicana "ya me cayó el veinte" que ellos dicen cuando por fin logran entender algo. O también : ¡Ahí viene la julia!. Vamos a ver este análisis que hace Ortega:
CAMISA DE ONCE VARAS
Por Arturo Ortega Morán
www.yamecayoelveinte.com
¿Por qué cuando nos complicamos la vida sin necesidad, solemos decir que nosmetimos en camisa de once varas? Hurgar en el pasado de esta expresión, es remontarse a la España medieval y descubrir interesantes rasgos culturales,-ya desaparecidos-, de aquel lugar y de aquellos años.
Antiguamente, los lienzos con que se manufacturaba la ropa, se medían en varas (vara=0.835 mts). Los había de diferentes longitudes y de los mas largos eran los de once varas. Evidencia de esto, la encontramos en un texto de Juan de Alcega que en 1580 escribió " Libro de geometría y traza" y en una parte dice:
"...Para cortar esta saya de seda, es necessario doblar la seda a lo ancho, poniendo la mitad de las baras sobre la otra mitad a pelo y labor; y onze baras se cortará la falda y de la seda que sobra se cortará la cuera".
Un lienzo de once varas (poco más de 9 metros), se percibía como "muy largo". Por similitud, el término "once varas" lo usaron antiguamente en España para referirse en forma exagerada, a una gran longitud. De hecho la expresión la encontramos en otras locuciones ya desaparecidas. Por ejemplo podemos citar las recogidas por Gonzalo Correas en Vocabulario de refranes y frases proverbiales 1627 :
" Piko de onze varas o tiene lengua de onze varas. Para dezir ke una es mui pikuda i parlera".
Entonces una camisa de once varas era una forma de referirse, metafóricamente, a una camisa bastante holgada. Por otro lado, la ceremonia de adopción tal y como se celebraba en Castilla en la Edad Media, consistía en simular el parto metiendo el adoptante la cabeza del adoptado por una manga muy ancha de su camisa y, sacándole por el cuello (para esto se
necesitaba una camisa de once varas), le daba un beso tras lo cual éste quedaba adoptado como hijo.
Como una referencia, se cuenta que esta ceremonia la realizó Dª Sancha Velázquez para adoptar a Mudarra González, que sería posteriormente el vengador de sus hermanos, los siete infantes de Lara.
Derivados de esta ceremonia que simulaba un parto y legitimaba la adopción, se derivaron las expresiones coloquiales:
"Éntrale por la manga y salírseos ha por el cabezón"; " te parí por la manga de la camisa" y "meterse en camisa de once varas ".
Meterse en camisa de once varas era entonces adoptar a alguien, tomando los problemas que esto implicaba por decisión propia y no por necesidad. Por extensión, el término se empezó a usar para referirse a cualquier situación en la que uno se complica la vida innecesariamente, y con este significado prevalece hasta nuestros días.
Espero que les guste. Saludos cordiales.
_______________________________________________
Lista de correo Usb-prof@usb.ve
http://listas.usb.ve/mailman/listinfo/usb-prof
CAMISA DE ONCE VARAS
Por Arturo Ortega Morán
www.yamecayoelveinte.com
¿Por qué cuando nos complicamos la vida sin necesidad, solemos decir que nosmetimos en camisa de once varas? Hurgar en el pasado de esta expresión, es remontarse a la España medieval y descubrir interesantes rasgos culturales,-ya desaparecidos-, de aquel lugar y de aquellos años.
Antiguamente, los lienzos con que se manufacturaba la ropa, se medían en varas (vara=0.835 mts). Los había de diferentes longitudes y de los mas largos eran los de once varas. Evidencia de esto, la encontramos en un texto de Juan de Alcega que en 1580 escribió " Libro de geometría y traza" y en una parte dice:
"...Para cortar esta saya de seda, es necessario doblar la seda a lo ancho, poniendo la mitad de las baras sobre la otra mitad a pelo y labor; y onze baras se cortará la falda y de la seda que sobra se cortará la cuera".
Un lienzo de once varas (poco más de 9 metros), se percibía como "muy largo". Por similitud, el término "once varas" lo usaron antiguamente en España para referirse en forma exagerada, a una gran longitud. De hecho la expresión la encontramos en otras locuciones ya desaparecidas. Por ejemplo podemos citar las recogidas por Gonzalo Correas en Vocabulario de refranes y frases proverbiales 1627 :
" Piko de onze varas o tiene lengua de onze varas. Para dezir ke una es mui pikuda i parlera".
Entonces una camisa de once varas era una forma de referirse, metafóricamente, a una camisa bastante holgada. Por otro lado, la ceremonia de adopción tal y como se celebraba en Castilla en la Edad Media, consistía en simular el parto metiendo el adoptante la cabeza del adoptado por una manga muy ancha de su camisa y, sacándole por el cuello (para esto se
necesitaba una camisa de once varas), le daba un beso tras lo cual éste quedaba adoptado como hijo.
Como una referencia, se cuenta que esta ceremonia la realizó Dª Sancha Velázquez para adoptar a Mudarra González, que sería posteriormente el vengador de sus hermanos, los siete infantes de Lara.
Derivados de esta ceremonia que simulaba un parto y legitimaba la adopción, se derivaron las expresiones coloquiales:
"Éntrale por la manga y salírseos ha por el cabezón"; " te parí por la manga de la camisa" y "meterse en camisa de once varas ".
Meterse en camisa de once varas era entonces adoptar a alguien, tomando los problemas que esto implicaba por decisión propia y no por necesidad. Por extensión, el término se empezó a usar para referirse a cualquier situación en la que uno se complica la vida innecesariamente, y con este significado prevalece hasta nuestros días.
Espero que les guste. Saludos cordiales.
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