lunes, diciembre 10, 2007
Las palabras que no se pueden decir sino en novelas y en otro contexto
por Adriana Vandoni
O ministro Willian Lara fez uma defesa apaixonada da "merda". Não, ele não é mais um daqueles ministros desconhecidos do governo Lula, é um ministro da Bolívia de Evo Morales que, durante um evento em que Hugo Chávez também participava, defendeu a "mierda" dita pelo arremedo de ditador Chávez.
Willian Lara criticou alguns meios de comunicação que, segundo ele, usaram a "mierda" de Chávez e a transformaram em um escândalo midiático. Lara, quase possesso, defendeu o uso da "mierda" em público citando o escritor Gabriel García Márquez que a usou algumas vezes em suas obras. Sacou não sei de onde, o livro "Ninguém escreve ao coronel", de Garcia Marques e diante das câmeras leu um trecho da obra: "Diante do vento e da maré, da fome, das reclamações de sua esposa que repete insistentemente "O que comeremos?", a resposta do Coronel é taxativa, uma resposta mastigada por mais de vinte anos: Comeremos mierda".
Graaaande esse ministro de Evo Morales. Lula, com toda a admiração que tem por Chávez, jamais poderia fazer o mesmo. Não comer a mierda, mas ler o livro diante das câmeras, ao vivo e em cores.
Continuando, o ministro que é da "Comunicação e Informação" desceu o sarrafo nos jornais. De alguns, como o El Nacional, ele exigiu uma retratação por ter colocado a mierda de Chávez de forma pejorativa. Acusou o Jornal de ter usado a mierda de Chávez para colocá-lo como uma pessoa sem cultura, truculento, ignorante, "iracundo".
Deve ter sido por isso, pra provar que existe pensamento no grupo, que o ministro citou Garcia Marques, Nobel de literatura. Ou será que ele usou Garcia Marques por ser um dos autores preferidos do interminável Fidel, ídolo de Chávez? Bem, mas se a intenção era agradar Fidel para adoçar Chávez, o ministro Lara deveria ter citado outra obra de Garcia Marques, como "Memórias de minhas putas tristes", onde o personagem principal se acha condenado à vida eterna, tal como Fidel. Mas deixa isso pra lá e vamos nos concentrar na "mierda".
Para o ministro Lara, o benefício que Chávez fez pela mierda pode ser comparado ao que Arturo Uslar Pietri fez pela palavra "pendejo", que na Venezuela não significa apenas pêlos pubianos, mas pessoa suja, sem moral. Uslar, um respeitado escritor venezuelano, fundou a "orden de los pendejos", formada pelos homens bons e trabalhadores que cobravam honestidade dos governantes.
Não satisfeito com toda a puxada no saco do ditadorzinho, o ministro Lara agradeceu a Hugo Chávez por ter usado a mierda e ainda conclamou a população a fazer o mesmo: "vamos agradecer a Hugo Chávez por ter usado essa palavra".
Está certo esse Lara. Concordo com ele e provo o quanto concordo:
Lara, vá a mierda, rapaz!, você e todos seus patifes de mierda.
E se faltar gente de mierda aí, pode pegar os daqui, que tá sobrando.
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