martes, julio 15, 2008

Obama promete


14/07/2008
Obama promete encontrar um meio para que imigrantes ilegais consigam a cidadania

Bob Keefe
Do Cox Newspapers
Em San Diego

Barack Obama disse a um grupo de latinos neste domingo que fará da reforma da imigração sua principal prioridade e criará um meio para que 12 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos consigam "sair das sombras" e conquistar a cidadania, se for eleito presidente.

"Sim, eles violaram a lei, e não podemos perdoar isso," disse Obama a mais de 2.000 pessoas que participaram do encontro anual do Conselho Nacional La Raza, o maior grupo de defesa dos direitos civis dos latinos do país. "Nós devemos exigir que eles paguem uma multa, aprendam inglês e entrem no fim da fila em busca da cidadania - atrás daqueles que vieram para cá legalmente."

"Mas nós não podemos - e não devemos - deportar 12 milhões de pessoas," disse. "Isso transformaria os Estados Unidos em algo que não somos; em algo que não queremos ser."

Obama também anunciou um plano que forneceria crédito fiscal a pequenas empresas que dessem seguro-saúde aos seus empregados. E para as pessoas que não consigam um seguro-saúde em seus empregos, ele propôs um sistema nacional de atendimento de saúde.

"Se você for funcionário em um local que não lhe forneça seguro-saúde, você terá condições de receber um atendimento médico tão bom quanto o atendimento que eu recebo como membro do Congresso", afirmou. "E se você não conseguir pagar por ele, nós o subsidiaremos."

O discurso de Obama foi feito no momento em que ele e o provável indicado republicano John McCain aumentam a corte aos eleitores latinos. McCain falará aos integrantes do La Raza nesta segunda-feira em San Diego.

As pesquisas mostram que os eleitores latinos, até agora têm uma preferência muito maior por Obama que por McCain. Segundo uma sondagem da Gallup, de 2 de julho, Obama está à frente de McCain por 59% a 29% entre eleitores de origem hispânica registrados.

"Que ninguém se engane quanto a isso: a comunidade latina tem esta eleição nas [suas] mãos," afirmou Obama. "Algumas das apurações mais disputadas em novembro serão em estados como Flórida, Colorado, Nevada e Novo México - estados com grandes populações de latinos."

Obama lembrou que há quatro anos, 40 mil latinos registrados no Novo México não votaram. John Kerry perdeu naquele estado por 6.000 votos.

"Eu sei o quanto essa comunidade é poderosa, e para dizer a verdade, o senador McCain também sabe," afirmou Obama.

Martin Castro, de Montebello, Califórnia, disse que apóia Obama porque acredita que McCain tem mudado de opinião no seu apoio quanto a direitos mais amplos para imigrantes e porque Obama tem uma mensagem mais positiva para o país.

Os republicanos "retrataram os imigrantes como pessoas que querem se mudar e dominar o país - e é claro que não é essa a situação," disse Castro, presidente da Fundação para Oportunidades aos Mexicanos Americanos, um grupo sem fins lucrativos, próximo de Los Angeles.

"Foi esse tipo de diálogo que faz aumentar o ódio," que o convenceu a apoiar Obama, disse Castro.

Obama também fez mira na postura de McCain sobre imigração, dizendo que o senador pelo Arizona propôs a reforma da imigração, mas depois disse que iria votar contra ela, na época em que estava tentando conquistar os conservadores durante a primária republicana.

"Bem, não sei quanto a vocês, mas eu acredito que está na hora de termos um presidente que não evite uma reforma tão importante e abrangente, quando esta se torna politicamente impopular," declarou Obama.

Bob Pacheco, presidente da Coalizão Latina para o Estado da Califórnia por McCain, disse que o senador por Arizona provavelmente dará explicações detalhadas sobre suas propostas de reforma para as leis de imigração no discurso desta segunda.

Quanto às declarações de Obama, "ele fez muitas promessas, mas não apresentou sugestões concretas," afirmou Pacheco.

Em San Diego, que divide fronteira com o México, imigração e fronteiras são sempre questões polêmicas. No domingo, antes que Obama subisse ao palco, partidários do La Raza e Obama confrontaram-se aos gritos em cruzamentos.

"Ele só está cedendo a interesses especiais," ao falar ao La Raza, afirmou Wilma Spahn, que levava um cartaz onde se lia: "Obama, Tente Trabalhar para Cidadãos Americanos & Fale Inglês."

O cartaz se referia a comentários de Obama feitos na semana passada em uma reunião na Geórgia, onde ele afirmou acreditar que os imigrantes deveriam aprender inglês, mas que não apóia uma lei que adote apenas o inglês. Também recomendou aos americanos que ensinem seus filhos a falar espanhol.

Obama repetiu os comentários depois em Dayton, Ohio, declarando que ficava pessoalmente constrangido pela sua própria falta de conhecimento de idiomas.

"Nós deveríamos desejar que nossos filhos fossem mais capacitados," disse em Dayton. "Não há nada de errado nisso. É uma coisa muito boa. Eu sei, porque não falo um idioma estrangeiro. É constrangedor."

Em San Diego, Obama tentou enfatizar suas similaridades com o grupo hispânico de defesa dos direitos civis, dizendo que havia participado de uma passeata com eles como organizador da comunidade nas ruas de Chicago e lembrou que seu pai era um imigrante, do Quênia.

Também se referiu a uma das questões mais assustadoras para os imigrantes ilegais - a deportação.

"O sistema não está funcionando quando 12 milhões de pessoas vivem às escondidas... quando comunidades são aterrorizadas pelas batidas da imigração, quando mães são afastadas de seus bebês, quando crianças voltam da escola e descobrem que seus pais estão desaparecidos, quando as pessoas são detidas sem acesso a aconselhamento legal," afirmou.

Nidia Carranza, de Brawley, Califórnia, 20 quilômetros ao norte do México, disse que apóia Obama porque tem esperança de que ele trabalhe para acabar com as duras normas da imigração, que dividiram famílias e causaram a deportação de pessoas que viveram nos Estados Unidos a maior parte de suas vidas, mas não conseguiram a cidadania.

"Quero o fim das batidas que temos hoje," disse Carranza, usando uma camiseta com a frase 'Latinos por Obama'. "Precisamos legalizar o status dos imigrantes."

FUENTE:
  • COX-NEWSPAPERS
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