viernes, septiembre 26, 2008

VENEZUELA y CHINA

Venezuela planeja triplicar venda de petróleo para a China

Clodovaldo Hernández
Em Caracas (Venezuela)

A China passará a ocupar um dos primeiros lugares na lista de compradores do petróleo venezuelano quando suas importações de petróleo bruto do país sul-americano alcançarem um milhão de barris, em 2012. Mas os clientes tradicionais da Venezuela, uma lista encabeçada pelos Estados Unidos, podem ficar tranqüilos. Haverá para todos, esclareceu o presidente Hugo Chávez.

Hoje, a Venezuela exporta 300 mil barris diários de petróleo para a China. Segundo os acordos assinados durante a visita recente de Chávez a Beijing, em 2009 será alcançada a marca de 500 mil barris e, num prazo de quatro anos, esse número se estabilizará em um milhão de unidades.

A triplicação do volume de vendas faz parte da estratégia de diversificar a carteira de clientes dos hidrocarbonetos, empreendida pelo governo de Chávez desde que conseguiu tomar o controle direto da gigante estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), depois da greve petroleira frustrada de finais de 2002 e começo de 2003. "Desde que chegamos ao governo, em 1999, eu insistia para vendermos também à Rússia, China e Índia, mas os tecnocratas que controlavam a PDVSA me diziam que não, que ficavam muito longe, que não era rentável", revelou Chávez. "O que acontecia é que esses tecnocratas estavam comprometidos com o império e queriam garantir que todo o nosso petróleo fosse enviado aos Estados Unidos".

Depois de firmar os acordos, Chávez se esforçou, entretanto, em explicar que o aumento das exportações para a China não significará uma redução do abastecimento dos EUA. "Não fizemos isso e não pensamos em fazer, a menos que os EUA se atrevam a tentar uma invasão ou um novo golpe de Estado contra a Venezuela", expressou.

A declaração de Chávez estava em sintonia com a posição assumida pelo governo chinês, a propósito de sua visita, quando assinalou que a relação com a Venezuela "é normal e não pretende prejudicar a nenhum outro país".

As perspectivas de aumentar as exportações para a China foram favorecidas pela ampliação do canal do Panamá, obra que comportará navios superpetroleiros que atualmente não têm acesso à conexão entre os dois oceanos. A Venezuela também propôs à Colômbia a construção de um oleoduto que permitirá escoar o petróleo bruto e outros produtos para um porto colombiano no Pacífico, como via de acesso aos mercados asiáticos. Este projeto teve os altos e baixos característicos da relação bilateral entre os governos de Chávez e Álvaro Uribe.

O aumento das vendas de petróleo é só uma das fases da florescente relação bilateral sino-venezuelana, pois os dois países constituíram um fundo de investimentos de 6 milhões de dólares que será duplicado nos próximos anos. Os planos conjuntos incluem a construção de navios petroleiros e de uma refinaria.

A Venezuela, além disso, espera que em 2009 cheguem ao país os primeiros aviões de treinamento K-8, para as Forças Armadas, que substituirão as aeronaves de tecnologia americana que se encontram fora de serviço. "Nos vimos obrigados a buscar outros fornecedores porque Washington nos nega as peças de reposição e não podemos colocar a vida de nossos pilotos em perigo", disse Chávez.

Tradução: Eloise De Vylder
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